No dia 26 de junho, segunda-feira, a B’nai B’rith São Paulo teve uma verdadeira aula sobre política internacional com o professor Guilherme Casarões. Ao falar do tema: Brasil e Israel, na encruzilhada entre princípios e interesses, Casarões dialogou com o público durante a apresentação das diversas fases que nortearam as relações entre os dois países.
Zeila Sliozbergas, presidente da B’nai B’rith São Paulo apresentou o currículo resumido de Casarões, que é professor de Relações Internacionais na EAESP/FGV e na ESPM, mestre em Ciência Política e doutor em Relações Internacionais, bem como autor de capítulos de livros e artigos sobre política externa brasileira, relações do Brasil com o Oriente Médio e governança global. Foi visiting fellow da Tel Aviv University e da Brandeis University, nos EUA.
Ao iniciar a palestra, o orador explicou que: “Todos os países orientam suas relações diplomáticas por três aspectos: princípios, considerações econômicas e questões ideológicas”.
Citando artigo de sua autoria, Casarões afirmou: “Ao contrário do que defendem José Serra e seus correligionários, não é possível falar em política externa sem ideologias. São elas que dão conteúdo ao que, no abstrato, convencionou-se chamar de “interesse nacional”. Mesmo que os operadores da política externa não se orientem por cálculos político-partidários, as grandes linhas de inserção global do país são marcadas pelo lastro ideológico. E, em princípio, não há qualquer problema nisso.”
E constatou: “Todos os países orientam suas relações diplomáticas por três aspectos: princípios, considerações econômicas e questões ideológicas”.
“Quais são os princípios que regem a diplomacia brasileira”, perguntou? Respondendo: Universalismo e multilateralismo. O Brasil se gaba de ser um dos 11 países do mundo que tem relação com todos os países ( dentre os 200 do mundo). Isso está introjetado em nossa diplomacia, e no Itamaraty.
Multilateralismo, quando vários países agem em conjunto na ONU. O Brasil se oriente pela posição da ONU. Em relação a Israel esta não é favorável. Isto explica a votação do Brasil na UNESCO, instância da ONU que foi sequestrada por determinados interesses políticos, em especial dos países árabes, disse Casarões.
Ele relatou que quando José Serra assumiu o ministério das Relações Exteriores tentou mudar o voto do Brasil na UNESCO. No entanto, predominou o pragmatismo econômico.
Hoje, o comércio exterior com Israel está na casa de 1 bilhão de dólares, mas com os 22 países árabes gira em torno de 25 bilhões de dólares, com base nas indústrias alimentícia e de armamentos. “O mundo árabe é o principal destino de produtos que atingiram enorme importância”, quando setores da economia nacional estão em crise. Especialmente a exportação de frango halal para países muçulmanos, como Arábia Saudita, Indonésia, Paquistão, entre outros. O raciocínio do Brasil é: “Vale a pena desagradar 22 países árabes com uma decisão favorável a Israel na UNESO?” De acordo com Casarões “essa decisão da UNESCO não tem nenhuma importância política”.
Nas relações diplomáticas de Israel com o Brasil também são importantes os três elementos: princípios, interesses e ideologias, com o sionismo, o reconhecimento internacional de Israel e o comércio bilateral, destacou. Muito mais foi dito na palestra que agradou a todos.
Tounée Rosset, Judith Kovesi e Vivian Silberberg
Hans Bergmann, Irene Goldstein, Miriam Markus e Rubens Ascher
O palestrante Guilherme Casarões, Zeila Sliozbergas,
presidente da B’nai B’rith São Paulo
e Edgar Lagus, vice-presidente da B’nai B’rith nacional
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