Mensagem de Gilberto Natalini
Yom Hashoá, o dia da recordação dos heróis e mártires do Holocausto, um dos mais sombrios episódios da história da humanidade, quando seis milhões de judeus – entre muitas outras vítimas – foram exterminados pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Essa data precisa ser lembrada e relembrada, para que essa história não seja esquecida e nunca mais se repita.
Desde que assumi como vereador na Câmara Municipal de São Paulo, realizo a Sessão Solene em Homenagem aos Heróis e Mártires da Segunda Guerra Mundial, em parceria com a Sherit Hapleitá do Brasil, liderada pelo saudoso Ben Abraham e com a B´nai B´rith. Na ocasião homenageamos esses Heróis e Mártires e também os pracinhas da FEB. Levamos crianças de escolas públicas, para que elas sejam multiplicadoras das mensagens trazidas pelos próprios sobreviventes. A cerimônia que acontece há 14 anos é muito emocionante.
Sou um “soldado” dessa causa, e enquanto tiver condições, continuarei essa luta ao lado dos sobreviventes e de toda comunidade judaica.
Gilberto Natalini – Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente e Vereador
Convite: Sessão Solene em Homenagem aos Heróis e Mártires da Segunda Guerra Mundial
A Roda do Ódio
Nessa época do ano, Yom Hashoá – Dia em Lembrança aos Mártires do Holocausto -, nos faz refletir. A data é a do Levante do Gueto de Varsóvia, esmagado após uma heroica resistência.
Devemos alertar para os perigos de regimes totalitários e fazer um demonstrativo do que levou e está levando historicamente ao ódio aos povos. Por que este fenômeno encontra respaldo continuamente na mente das populações?
Para entender um pouco melhor o mundo onde germinou o sentimento de ódio contra os Judeus no século passado, que levou ascensão do Nazismo no atrito após a Primeira Guerra Mundial, devemos olhar para o Tratado de Versalhes, que puniu a Alemanha pela derrota na Guerra de 1914/1918 e impôs diversas limitações.
Após a derrota, assumiu um regime democrático, que, no entanto, falhou, trazendo a débâcle econômica, vide o chanceler Walter Rathenau da Republica de Weimar. Surgiu um movimento com uma aparente recuperação da economia, de um forte nacionalismo alemão. Mas desde o início, culpava os judeus por todas as dificuldades do país, o famoso “bode expiatório”. O líder do movimento, Adolf Hitler, acabou preso, e na prisão escreveu sua obra maligna, admirada por uns e odiada por outros, “Mein Kampf”- Minha Luta. Este livro que nos dias de hoje novamente encontra leitores descreve suas ideias acerca dos judeus e de tudo o que pretendia fazer conosco. Com o tempo, cada vez mais o povo recebia doses de ódio culpando os judeus. O nacional-socialismo como se denominava o acabou obtendo vitórias em eleições e sendo incumbido de dirigir a nação alemã pelo Kaiser.
Assim, agrupamentos como a SA e a SS tornaram-se forças paramilitares atuando através do terror, na promoção do ódio da maquina mortifica da propaganda de Goebels. , Os intelectuais foram perseguidos, as lojas foram assaltadas, os judeus levados de suas casas, com as Leis de Nurenberg e a Noite de Cristal. Todos os judeus até a terceira geração, aproximadamente 600 mil foram colocados em prisões ou os famigerados campos de concentração. Alguns mediante comprovação de terem lutado pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial, tiveram o privilégio de serem soltos, desde que abandonassem a Alemanha.
De 1938 em diante começaram a evoluír os campos de concentração para campos de extermínio em territórios dos satélites da Alemanha, assim como Polônia e Tcheco-Eslováquia dominados pelos bárbaros SS que usaram dos piores e inimagináveis métodos de reclusão, humilhação e morte.
Assim nosso povo perdeu mais de seis milhões de inocentes seres humanos.
Mas para entendermos este tipo de ódios devemos nos aprofundar ainda mais. Infelizmente, em diversos mementos da história o povo judeu foi alvo de perseguições. Um exemplo incrível foi a Inquisição da Espanha e Portugal, que escolheu os conversos Judeus como vitimas nos séculos 15 e 16, marcando-os com o ódio da injustiça e morte na Europa, com reflexo pela America do Sul, inclusive no Brasil.
Em traços gerais seria isto que devemos levar em consideração.
No mundo atual há tantas lutas, mas a ONU está preocupada em punir Israel, onde o conhecimento floresce e se dissemina em prol de toda a humanidade. As Nações Unidas não reconhecem a contribuição de Israel pelo bem estar de todos.
É esse ódio alimentado a partir de livros escolares, desde a mais tenra infância, como são o das crianças palestinas, que preocupa os que almejam a paz, os que querem interromper essa rota do ódio. É o crescente radicalismo e intolerância que vivemos no mundo.
Precisamos romper com esta rota de ódio. O povo judeu sobreviveu e deseja viver em paz. O povo de Israel deseja a paz.
Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai B’rith do Brasil
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