Neonazistas são condenados em Minas Gerais; Federação Israelita (Fisemg) foi assistente de acusação (Conib)

Em 2013, os jovens Antônio Donato e Marcus Vinícius foram acusados em Belo Horizonte de propagar ideias nazistas, racismo e formação de quadrilha. Em 18 de abril de 2016, foram sentenciados a oito e quatro anos de prisão, respectivamente. A Federação Israelita (Fisemg) foi assistente de acusação. Eles têm o direito de recorrer da sentença em liberdade, “ante a inocorrência, neste momento, dos requisitos para a decretação da prisão preventiva”, afirma Raquel Vasconcelos Alves de Lima, juíza federal substituta da 9ª Vara. Na fase de diligências, as defesas de Antônio Donato e Marcus Vinícius requereram a realização de exame de insanidade mental. A juíza concluiu que ambos têm plena consciência de seus atos. As páginas deles nas redes sociais estavam repletas de símbolos nazistas. Antônio Donato já havia sido condenado quatro vezes por homofobia e agressão anos antes. O neonazista e skinhead ficou conhecido após publicar uma foto em que enforcava um morador de rua negro. A polícia encontrou também mensagens com conteúdo racista, com incitamento à violência e ao preconceito contra minorias. Foi a partir de sua página na rede social que a polícia encontrou o segundo acusado, Marcus Vinicius. Ele aparece um uma fotografia ao lado de Antônio Donato e um menor de idade, filho de Marcus. Nela, os três fazem a saudação nazista. Para a polícia, a criança foi induzida a fazer o gesto. Na página de Marcus, foram encontradas fotos com bandeiras, suásticas e socos-ingleses. Assistente de acusação, a Federação Israelita do Estado de Minas Gerais (FISEMG) requereu a condenação de ambos com uma pena acima do mínimo legal e o regime inicial fechado, sem a hipótese de liberdade. O presidente da Fisemg, Salvador Ohana, falou à Conib sobre o processo. “Essa ação é antiga, já deve ter uns três anos que estamos tentando. Ficamos a par porque acompanhamos muito de perto as coisas na internet. Eles [Antônio Donato e Marcus Vinicius] estavam postando conteúdo neonazista. A gente tem um policiamento de publicações na web. Então, rastreamos, acompanhamos, e a polícia entrou, o Ministério Público denunciou e a gente colocou nossos advogados da comissão da Federação, que são três criminalistas, para acompanhar a acusação. Nossos advogados foram assistentes de acusação. Mas deixamos o próprio Ministério Público atuar e acompanhamos, disponibilizando os advogados”. (Conib)

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