Duas notas sobre o nazismo

Duas comemorações ocorrem no mês de maio: 70 anos do Holocausto e 70 anos da volta da FEB (Força Expedicionária Brasileira), vitoriosa sobre o nazi-fascismo. Quando perguntaram a Hitler como ele ocuparia o Brasil, ele gargalhou: “Eu tomo com um telefonema!” Nossa participação foi essencial para a vitória. Além de a cidade de Natal ser ideal para apoiar os desembarques no Norte da África, o mundo livre precisava da borracha. Na época não havia borracha sintética, e os japoneses ocupavam todos os lugares em que havia látex, o único lugar não ocupado era a Amazônia. Além disso, o quartzo brasileiro era essencial para o funcionamento de toda Aeronáutica. O Partido Nazista no Brasil era o maior no mundo depois do alemão. Um plebiscito da época mostrou que 90% dos habitantes — friso, naquela época — de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná queriam formar a nova Alemanha. Segundo relatos, havia pelo menos um milhão de nazistas aqui. Getúlio usou até o integralismo para esvaziar esse nazismo. Meu pai chegou com minha mãe fugido do Holocausto e já aqui em 1941 foi agente da resistência judaica, publicando selos antinazistas. Jamais me esquecerei de assistir aos 4 anos de idade ao desfile da volta das tropas da FEB batendo continência. O nazismo é muito profundo porque o Mal é muito profundo. Estão equivocadas as pessoas que subestimam essa presença do Mal absoluto. João Ricardo Moderno tem escrito muito sobre o assunto e quero lembrar que a grande pensadora discípula dos inventores da fenomenologia Husserl e Max Scheler foi Edith Stein. Stein foi mandada para o campo de concentração e morreu como monja carmelita descalça em nome de toda a Humanidade, dos judeus, dos ciganos, dos homossexuais e de Jesus de Nazaré. Quero lembrar que 6 milhões de judeus exterminados em campos de concentração é a cifra oficial, mas mais 6 milhões foram exterminados nos guetos e invasões nazistas (Jorge Mautner, O Globo).

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