O Jerusalem Post entrevistou família de brasileiros que imigrou para Israel em busca de maior segurança e para realizar o sonho sionista.
“Em Israel, não nos sentimos ameaçados com violência iminente. O sentimento de segurança com a polícia e o exército, além da população reforça a sensação generalizada de que não estamos sós.”
Há quatro anos, Ilana Lerner Kalmanovich enfrentava um ônibus lotado e quente três horas por dia para chegar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ela estava cursando Educação Física e Nutrição.
Polícia, invasões em favelas nas proximidades, bloqueios à rodovia e balas perdidas de tiroteios com criminosos eram uma ameaça constante. Mesmo no campus da Universidade Federal, a mais antiga e, entre as mais prestigiadas no Brasil, Kalmanovich se sentia insegura. Roubos eram comuns e, corpos foram encontrados na floresta nas proximidades.
Então, em 2007, Kalmanovich mudou-se para Israel. Ela tinha passado um ano, uma década antes em um programa de movimento juvenil e caído de amores pelo país. E embora ela tenha cidadania alemã e poderia ter construído uma nova vida na Europa, nunca teve qualquer dúvida que iria fazê-lo no estado judeu.
“Israel é o lugar onde me sinto feliz, em casa, entre meu povo,” Kalmanovich disse ao JTA. “Nós dizemos ‘Shabat shalom’ para o motorista do ônibus, para o lixeiro, para o balconista. Todos compartilham principalmente o mesmo nível social e econômico. Todos nós comemoramos os mesmos feriados nacionais. É como viver em um kibbutz enorme de 8 milhões de pessoas. Aqui eu sou a regra, não a exceção.”
Ela não está sozinha. A imigração para Israel, do Brasil, mais do que duplicou nos últimos quatro anos, de 191 em 2011 para mais de 400 até agora neste ano. O crescimento médio para toda a
América Latina no mesmo período foi de apenas 7%. Embora tenha cerca da metade da população judaica da vizinha Argentina, Brasil enviou mais imigrantes para Israel por dois anos consecutivos. Estima-se que 120.000 judeus vivem hoje no Brasil.
Além do fator econômico, a violência é o motivo mais citado pelos imigrantes. “Mais pessoas são mortas todos os anos no Brasil através da violência intencional do que qualquer outro lugar no planeta, incluindo a maioria das zonas de guerra do mundo juntas”, disse Robert Muggah, um diretor de pesquisa de um think tank baseado no Rio de Janeiro que estuda a interseção entre a violência e o narcotráfico.
“Eles buscam um futuro melhor,” disse Gladis Berezowsky, 58, da Beit Brasil, uma organização não governamental com sede em Israel, criada em 2014, para ajudar os brasileiros que pretendem se mudar para Israel.
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