Como todos sabem, sou um entusiasta da imigração por ser imigrante, por ser neto de imigrantes, por ter nascido em uma cidade de imigrantes (São Paulo) e por viver em uma cidade de imigrantes (Nova York). Diante disso, vejo com enorme admiração Ilan Goldfajn, nascido em Haifa (Israel), ter se tornado presidente do Banco Central. Antes dele, o turco Ibrahim Eris também comandou a instituição. Mas, infelizmente, Goldfajn tem sido alvo de ataques antissemitas. São seres humanos grotescos e imbecis que atacam este economista por causa da religião. Claro, não haveria problemas em criticar posições econômicas do novo presidente do Banco Central.
Divergências são naturais. A questão é ataca-lo por ser judeu e/ou por ter nascido em Israel. Goldfajn é sim israelense, mas também brasileiro. Michel Temer, por sinal, também tem duas nacionalidades (brasileira e libanesa).
Eu tenho um irmão e, agora, uma filha americana. Mas os dois também são brasileiros. Israel teve, recentemente, um presidente do Banco Central americano. Qual o problema? Para completar, Goldfajn nasceu em Haifa, uma das cidades do mundo onde há melhor convivência religiosa. Judeus, cristãos, muçulmanos, baha’i e ateus vivem lado a lado às margens do Mediterrâneo. Um lugar que serve de lição para os preconceituosos. E seguirei firme aqui no combate ao antissemitismo, à islamofobia e à perseguição a cristãos. Embora de origem cristã (católica e grego-ortodoxa), não sou religioso. Mas acho fundamental a garantia de liberdade religiosa e luta contra o preconceito neste momento de intolerância que vivemos em diferentes partes do mundo. ( Blog de Guga Chacra, Estadão)
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