O grafite neonazista na parede de minha casa em Londres me parecia anacrônico. O único sinal de ser um lar judaico é uma mezuzá, uma pequena capsula que os judeus afixam em seus portais. A suástica estava logo ali ao lado. Não pensei que na Grã-Bretanha, em 2014, isso fosse possível. É o país com menor índice de antissemitismo da Europa, longe da violência física que acontece na França e na Bélgica. Mas, depois de apagada, parecia dizer: “nós sabemos onde você mora”. Era claramente uma ameaça.
Há algo de desmoralizante, como se algum grau de antissemitismo fosse inevitável. Mesmo nesta era iluminada e na mais cosmopolita cidade do mundo, este primitivo, e irracional preconceito surpreendentemente tenaz ainda está conosco, escrito em nossa cultura e, ocasionalmente, em nossas paredes.
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