Tu Bishvat e o essencial à vida

Ano Novo das Árvores e dos Frutos
15 de Shevat 5778 – 31 de Janeiro de 2018

Nós, os Judeus da Diáspora- espalhados pelo mundo – nutrimos profunda admiração pelo Estado de Israel.

E pelos chalutzim, os pioneiros, responsáveis pela drenagem dos pântanos e desbravamento da aridez do deserto. Com trabalho árduo prepararam a terra para receber plantas e árvores, Após séculos de descaso imposto por diversos conquistadores, a Terra de Leite e Mel renasceu em todo o seu esplendor. Isso aliado ao combate às doenças e a oferta de trabalho atraiu moradores de outras regiões da vizinhança.

Festejamos em 31 de janeiro, 15 de Shevat pelo calendário judaico, o Ano Novo das Árvores. É quando brotam os primeiros frutos em Israel e as árvores se renovam após o inverno. Louvamos e agradecemos pelo que a terra nos dá, colhendo os frutos, da árvore da vida, “Etz Chaim”.

Em Eretz Israel nessa época crianças e jovens judeus plantam árvores, conhecedores do valor que possuem para o pequeno país.

Os nossos jovens em escolas judaicas no Brasil também são estimulados a fazer o mesmo, aprendendo o valor de cuidar do meio ambiente.

Também é costume ao jantar, comer uma diversidade de frutas, e se possível ter à mesa 15 espécies diferentes, mencionadas na Torá. O nosso povo de Eterna Esperança agradece.

É também tempo de reflexão,
Em recente artigo, o Rabino Lorde Jonathan Sacks, que acredito seja nosso maior Pensador Universal da atualidade, analisa:

“Cinco ideias essenciais à vida”

Elaboradas a partir do contato com jovens em aulas, apresento um resumo:

“Amigos-Sabedoria-Fama-Carreira-Saúde- Felicidade-Família”

1ª – Sonhar.
Eu conheço pessoas que gastam meses planejando férias, mas muito pouco tempo de planejamento de suas vidas. De fato é mais fácil viajar, a se prevenir para o futuro.
Os grandes líderes religiosos sempre foram sonhadores.
Segundo a tradição foi Moises sonhando por um país de leite e mel e Isaias que sonhou com um mundo de paz. Uma das falas marcantes do século 20 foi a de Martin Luther King: “Eu tenho um sonho”.

2ª – Seguir uma paixão.
Eu tenho visto muita gente seguir uma carreira visando conquistar companheiros, sócios e dinheiro, e procurar que os filhos tenham de tudo. Somente nunca tem tempo para eles. Pessoas quando seguem as suas paixões tem a benção pela vida. Não ter satisfação pelo que fazem. Esta é a pior forma de viver.

3ª – O ouvir e chamar.
Eu apreendi do psicoterapeuta sobrevivente do Holocausto Victor Frankl, que costumava dizer:

“… Pergunta o que você quer da vida. O senso da vocação. Esta foi a colocação de Abraham, o fundador do Monoteísmo, com o pensamento de mudar a vida. No passado, Steve Jobs dedicou sua vida ao desenvolvimento da tecnologia amigável às pessoas. O criador do Google pensou em trazer ao mundo a melhor informação acessível a todos. Nós pensamos no significado a ser feito. É aonde queremos chegar.

4ª – Criar espaço em nossas vidas para coisas que importam,
Como para a Família e amigos, amor e generosidade, diversão e alegria.
Nem todas as Culturas tem o Shabat, por vida dedicada à renovação.
Por vida dedicada sem exercício ou musica, ou senso de humor, tudo é menos do que viver.

5ª – Trabalhar duro
O jeito que um atleta ou pianista ou ainda um cientista de ponta trabalham duro. O psicólogo americano Mihaley Csikzentmihaly chama esse principio de “Flow”, a experiência que se tem quando estamos trabalhando com tanto afinco em algo que não vemos o tempo passar. Para o Judaísmo esta tarefa se chama Avodah – Trabalho árduo, significativo.

Há outras ideias, mas creio que estas são as mais importantes. E todas geram muitas alegrias. Espero que lhes tragam ensinamentos e esclarecimentos.

Tenham um bom proveito desta festa de colheita e produtividade em vossas casas.
Chag Sameach e Shalom,
Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai B’rith do Brasil

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