“O Estado de Israel e seu Ministério de Relações Exteriores cooperam de longa data com a Bienal de São Paulo, e obras israelenses foram exibidas em cada uma das Bienais realizadas. Alguns meses atrás, curadores da Bienal se dirigiram ao nosso Ministério, solicitando a participação de Israel, como sempre tem sido feito – e paralelamente examinando as possibilidades de Israel contribuir financeiramente para a Bienal. Israel propôs certa quantia, os curadores solicitaram um aporte maior e Israel acedeu a este pedido também.
Alguns dias antes da inauguração da mostra, foi publicado manifesto de um grupo de artistas em repúdio ao patrocínio de Israel, manifesto esse apoiado por determinados curadores – parte dos quais haviam anteriormente procurado Israel para solicitar sua contribuição financeira. Israel considera a atitude dos artistas signatários e o apoio destes curadores como uma iniciativa nefasta, contraproducente, nociva e moralmente condenável, que pretende prejudicar, boicotar e discriminar um Estado participante da Bienal. Esta iniciativa é negativa para a arte e a cultura, que os artistas da Bienal deveriam apreciar e proteger, pois arte e cultura são linguagens universais, que não conhecem limites e fronteiras.
Elas podem e devem aproximar povos e segmentos sociais e políticos. A atitude dos artistas e curadores causou prejuízo a estes mesmos princípios, ao prestígio da arte e da cultura em geral e ao da Bienal, em particular. Política e cultura não devem se misturar e não se deve utilizar e se aproveitar da cultura para atingir fins políticos. A Bienal se realiza para expressar e dar espaço adequado e importante para a arte e a cultura – as lutas políticas se devem fazer nos foros políticos nacionais e internacionais adequados, que foram constituídos para esses fins.
A inaceitável tentativa – já frustrada – dos artistas assinantes com o apoio dos curadores de “sequestrar” a Bienal para fins políticos é contra os princípios que devem reger os importantes eventos culturais internacionais. O Consulado Geral de Israel em São Paulo agradece ao presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Dr. Luis Terepins, ao Conselho da Bienal e a todos aqueles que se esforçaram para chegar a uma solução viável para todos e permitiram a realização da Bienal, com a participação de todos os países e patrocinadores do evento, contribuindo assim para salvaguardar a mostra dos prejuízos que a atitude daqueles artistas e curadores poderia ter acarretado”.
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