A PF (Polícia Federal) disse ter encontrado indícios de ligações entre traficantes internacionais de drogas baseados em Rio Claro (173 km de São Paulo) com o grupo fundamentalista libanês Hezbollah. Segundo a instituição, o lucro da venda de drogas pode ter sido utilizado para financiar atividades do grupo no exterior. A informação foi confirmada em nota pelo delegado Florisvaldo Emílio das Neves, da PF em Piracicaba.
Os 11 traficantes, presos em dezembro de 2014, estão sendo julgados pela Justiça Federal de Piracicaba.
Ele também relatou que a ligação com a organização internacional não altera em nada a tipificação dos crimes cometidos pelos traficantes. “Esse fato, embora reclame maior atenção com a segurança, como reforço nas escoltas, por exemplo, não altera o panorama de organização criminosa e tráfico transnacional de drogas dos crimes”, disse Neves.
A ligação entre o grupo e o Hezbollah foi detectada pelo DEA, o departamento antidrogas norte-americano, e repassada à PF no primeiro semestre de 2014. Por meio da Operação Beirute, a PF realizou escutas nos telefones dos traficantes e comprovou que a droga era comprada na Bolívia e entrava no Brasil pela fronteira com o Paraguai. De lá, era remetida para Rio Claro, onde era escondida em carregamentos de pisos cerâmicos exportados, em contêineres, para países africanos, europeus e do Oriente Médio. A droga saía do Brasil por meio dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). A quadrilha atuava há pelo menos 10 anos no Brasil.
[Para quem não lembra, o Hezbollah estaria envolvido no atentado à AMIA, na Argentina, sob o mando do Irã, cujo promotor responsável Alberto Nismann foi assassinado, um dia antes de apresentar as provas sobre o caso.]
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