Quem controla a venda de armas do mundo? Simplesmente não há controle. Os países permitem a venda de armas e munições livremente sem qualquer regulamentação global. Transações comerciais irresponsáveis contribuem para a morte de aproximadamente 750 mil pessoas por armas de fogo todos os anos.
Há uma década, organizações da sociedade civil cobram dos governos maior responsabilidade, transparência e controle na venda de armas e munições. No entanto, governantes têm sistematicamente se omitido diante do incalculável prejuízo social, aos direitos humanos e aos cofres públicos, causados pelas mortes e enfermidades provados de armas.
O rumo desta história nefasta pode ser diferente basta que os governantes queiram. Entre os dias 18 e 28 de março, representantes de 193 países (inclusive do Brasil) estarão reunidos na sede da ONU em Nova Iorque para negociar a construção do Tratado sobre o Comércio de Armas (Arms Trade Treaty ou ATT). Este processo de negociação começou em julho de 2012, mas foi bloqueado por países como os EUA, Rússia, Cuba e Venezuela que pediram mais tempo para analisá-lo e será finalizado agora.
O Instituto Sou da Paz enviará para os EUA o coordenador internacional, Daniel Mack, para, juntamente com integrantes de outras entidades internacionais, acompanhar de perto a construção deste documento fundamental para garantia da vida, direitos e liberdades da população de todo mundo.
As organizações criticam o texto resultante da primeira rodada de negociações, pois ele regularia somente as transações comerciais (deixando de fora outras transferências), exclui do tratado as munições, e não proíbe explicitamente a venda destes equipamentos aos países em situação de guerra civil ou que comprovadamente violam os direitos humanos.
Estaremos atentos aos passos dos representantes do governo brasileiro e de outros países neste encontro tão importante para a história mundial.
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