Judeus, islâmicos e cristãos vão dividir o mesmo templo em Berlim

O coração de Berlim ganhará nos próximos anos um templo que abrigará, sob o mesmo teto, uma igreja, uma mesquita e uma sinagoga.

Com previsão de início para 2019, a construção deve durar dois anos.

“Você já viu rabinos, imãs e padres juntos em uma foto. Mas nunca os viu compartilhando uma casa ou construindo uma casa”, afirmou um dos líderes do projeto, o imã Osman Örs. Para ele, um dos principais desafios da House of One (Casa de Um) será o de “mostrar a diversidade de nossas tradições”. “Porque precisamos dialogar não só com pessoas de outra fé, mas também com pessoas da nossa própria fé”.

A iniciativa é gerida conjuntamente pela Congregação Protestante St. Petri-St. Marien, pela Comunidade Judaica de Berlim e pelo Fórum Diálogo, entidade muçulmana. As primeiras conversas datam de 2011, quando líderes das três religiões se reuniram para discutir um possível templo na Petriplatz, localizada no extremo sul da Spreeinsel, ilha no rio Spree. Ali morava o primeiro residente de Berlim de que se tem notícia, pastor da igreja Petrikirche, mencionado em documento de 1237, considerado o ano de fundação de Berlim.

O projeto arquitetônico, idealizado em 2012, respeita as especificidades de cada local sagrado. Mesquitas e sinagogas, por exemplo, precisam estar voltadas para o leste. A sala islâmica deve ter formato quadrado, enquanto a judaica precisa de pé-direito alto para receber as cabanas da Festa dos Tabernáculos. O imã Örs, no entanto, lembra que o local mais importante será uma quarta sala, um átrio central ligado aos espaços de cada religião. “É um lugar de encontro onde podemos dialogar também com pessoas de outras fés e mesmo ateus.

Precisamos ter uma ponte com os seculares”. Os doadores ajudam com um tijolo por € 10 (R$ 41) cada. Até esta sexta (6), haviam sido arrecadados € 8,6 milhões (R$ 35,5 mi), incluindo € 3,4 milhões (R$ 14 mi) dos governos local e federal. Mais de 2.500 pessoas de 25 países já doaram tijolos. A maioria (72%) vem da Alemanha. Do Brasil chegaram nove doações, somando 32 tijolos.

A obra tem um custo total de € 43 milhões (R$ 177,6 mi). Mas, segundo Örs, já é possível começar a construir com € 12 milhões (R$ 49,5 mi).

Folha de S.Paulo

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