Curitiba nos seus 330 anos presta homenagens à comunidade judaica e para Samuel Grimbaum

Presidente da B’nai B’rith, Abraham Goldstein, destacou a história do povo judeu e enalteceu a memória do distinguido no evento.

O Jardim Botânico de Curitiba ganhou no domingo (26/3), dentro das comemorações dos 330 anos de Curitiba, uma obra de arte em memória de Samuel Grimbaum, sobrevivente ao Holocausto, falecido em 2022, aos 85 anos.

A escultura, produzida pelo artista plástico Rafael Sartori, também marca a homenagem à imigração judaica ao Paraná iniciada há 134 anos.

Um dos discursos de destaque no evento foi proferido por Abraham Goldstein, presidente da B’nai B’rith Brasil, instituição que, neste ano, comemora 90 anos de fundação no país e 180 anos internacionalmente. Ele discorreu sobre a história do povo judeu, desde a saída da escravidão do Egito, libertado por Moisés, o que levou à comemoração da Pessach, a Páscoa Judaica, lembrou os anos de perseguição nazista no Holocausto, discorreu sobre a imigração israelita ao Brasil, e em especial ao Paraná, e enalteceu a memória de Samuel Grimbaum.

Outros discursos proeminentes foram feitos por Artur Grimbaum, sobrinho de Samuel e CEO de O Boticário, que relatou a saga da família que sobreviveu ao período do Holocausto, fugiu da Europa e escolheu Curitiba para viver. Ele contou que o tio começou a vida como vendedor de roupas e logo conseguiu abrir sua primeira loja.

Também falaram na cerimônia de homenagens Alexandre Knopfholz, presidente da Federação Israelita do Paraná, que proferiu emocionante discurso traçando simpático e amistoso perfil de Samuel Grimbaum, e o cônsul geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, que também abordou a história do povo judeu, do período de perseguição ao longo dos anos e do acolhimento dos brasileiros que o abraçaram.

Por fim, foi a vez do prefeito Rafael Greca proferir sua oratória. “É com imensa alegria que vemos brotar aqui no Jardim Botânico a Árvore da Vida, gravada em mármore e em letras douradas para afirmar a palavra vida, o sopro de D´us. Em um único monumento, nós temos a árvore, a vida e a eternidade”, ressaltou Greca.

A escultura e Samuel

A escultura de uma árvore feita em mármore e uma placa em agradecimento à família Grimbaum e a Leon Knopfholz, doador da obra, foram inauguradas pelo prefeito Greca juntamente com membros da família e líderes da comunidade israelita do Paraná.

A escultura entregue no Jardim Botânico tem vários significados. O sobrenome Grimbaum quer dizer “a árvore que proporciona grande sombra, que acolhe”. No meio, há uma Estrela de David representando não apenas os judeus, mas todos os imigrantes que aqui foram e continuam sendo recebidos. Ao centro, duas letras hebraicas que formam a palavra chai (cujo “ch” é pronunciado como “h” aspirado, com som semelhante a dois “rr”): que significam o número 18 e vida. Uma alusão a interpretações cabalísticas. Aparece também um coração que representa o amor entre os homens, D’us e o Universo.”

Samuel Grimbaum nasceu em 1º de agosto de 1936, em Varsóvia, Polônia. Viveu em Curitiba, cidade que adotou após 12 anos de refúgio na Bolívia. Samuel, os pais e os irmãos foram liderados pelo irmão primogênito Mario, que foi um partisan o qual combateu os nazistas e fez com que toda a família sobrevivesse ao Holocausto.

Evocação para Curitiba

Após a cerimônia, todos os convidados assistiram à apresentação da peça teatral Evocação para Curitiba, que narra a história da capital desde a sua fundação. O espetáculo integra a programação de aniversário pelos 330 anos da cidade. A exibição de Evocação para Curitiba reúne um elenco formado por 16 atores e cantores de Curitiba que representaram os indígenas e os primeiros colonizadores.

Presenças

Também prestigiaram o evento: a cônsul da Polônia, Marta Olkowska; o assessor de Relações Internacionais da Prefeitura, Rodolpho Zanin Feijó; a ex-embaixatriz da Ucrânia, a curitibana Fabiana Tronenko; o presidente da Invest Paraná, do governo estadual, Eduardo Bekin; Maria Alice Ertal, presidente da Fundação de Ação Social; Ana Cristina de Castro, presidente da Fundação Cultural de Curitiba; Marilza do Carmo Oliveira Dias, secretária Municipal do Meio Ambiente; os rabinos Pablo Berman e Mendel Labkovsky; Euclides Aranha, sobrinho de Oswaldo Aranha, além de muitos integrantes da comunidade israelita de Curitiba.

 

Curitiba nos seus 330 anos presta homenagens à comunidade judaica e para Samuel Grimbaum

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