Uma pequena mas tocante cerimônia marcou em Curitiba a recordação do Dia Internacional do Holocausto Cigano na segunda-feira, 2 de agosto, na sede do Museu Paranaense.
Consistiu na entrega de uma bandeira cigana internacional por Igor Shimura e Antonio Pereira, respectivamente presidente e vice-presidente do Instituto Pluribrasil, e representantes da Associação Social de Apoio Integral aos Ciganos. A entrega foi feita à diretora do Museu Paranaense, Gabriela Ribeiro Bettega.
Falando na ocasião, em nome da B’nai B’rith, o presidente da Loja Chaim Weizmann de Curitiba, Szyja Lorber, destacou que sua instituição tem quase 178 anos desde sua fundação nos Estados Unidos e é a mais antiga do mundo na área dos Direitos Humanos. “Estamos aqui para assinalar nosso apoio aos Roma e Sinti, povos ciganos que, assim como nós, judeus, também foram perseguidos e assassinados pelos nazistas” – disse ele.
Prosseguindo, Lorber afirmou: “De muitas maneiras as histórias de sofrimentos, discriminação, perseguições e extermínio dos judeus e dos ciganos se assemelham bastante. Assim como aqueles, os nazistas consideravam os ciganos racialmente inferiores e tiveram igualmente o destino de serem caçados, torturados e alvos de extermínio em massa”.
Igor Shimura e Antonio Pereira também falaram, discorrendo sobre a história dos ciganos e sua situação atual no mundo e no Brasil. Antonio Pereira, da etnia Calon, que vive em Maringá, fez um rápido relato sobre os ciganos no Paraná e suas dificuldades em suas vidas.
Outro a falar foi coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, observando que a instituição a qual representa estende-se também a outros povos perseguidos no passado e no presente, procurando educar as novas gerações para a tolerância. “Embora seja um museu cujas características sejam tristes porque se relacionam com a morte, nós, na verdade, celebramos a vida”, declarou.
No evento estiveram presentes ainda a antropóloga Josieli Spenassatto e outros funcionários da instituição. Após os discursos e as assinaturas na ata de doação da bandeira internacional cigana, todos visitaram as instalações do Museu Paranense.
A respeito da data de 2 de agosto, que recorda o extermínio de 200 mil a 500 mil de ciganos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o episódio ganhou o nome de “Porrajmos“, que significa “devorar”, referindo-se ao Holocausto, em Romani, o idioma dos ciganos roma e sinti. A população cigana assassinada pelos nazistas representava entre 25% a 50% dos Roma e Sinti na Europa.
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