Eleições e Conjuntura Política Brasileira em debate na B’nai B’rith: “Não há solução mágica”

Nesta quarta-feira, 3/10, por cerca de duas horas, a B’nai B’rith recebeu os Professores Claudio Gonçalves Couto, coordenador do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas da EAESP-FGV e Rafael Cortez, bacharel em Relações Internacionais pela PUC-SP, que abordaram o tema “Eleições e Conjuntura Política Brasileira” debatendo e respondendo a muitas perguntas.

Abraham Goldstein, presidente da B’nai B’rith do Brasil, moderador do evento, resumiu em algumas perguntas a inquietude geral, da falta de confiança nos políticos, porque de tanta desesperança, em especial por parte dos jovens e de como enfrentar os problemas atuais.

Em sua análise do cenário político, Cortez, explicou que para a sociedade o fato de manifestar-se através do voto a cada quatro anos é muito pouco. A sociedade civil tem uma série de demandas e precisa cobrar providencias. Mas em um sistema político com tantos partidos, coalizações, divisão de competências não se sabe mais de quem cobrar, disse. Por isso, a ação continua da população organizada é fortemente necessária.

Gonçalves Couto salientou que o problema não está na profissionalização da classe política, usual em diversos países, e sim quando se torna uma oligarquia, como vem acontecendo no Brasil e os interesses partidários e pessoais distanciam-se dos da população. A maior novidade das eleições de 2018 é presença da extrema direita, crescente em todo o mundo, como citou Couto, destacando a análise de diversos autores sobre o “Trumpismo”, Putin e outros.

Resumindo, após a verdadeira aula de ciência política, ficou claro que não há espaço para milagres, a situação econômica no ano que vem não será fácil e o próximo presidente precisará saber dialogar com o Congresso Nacional para que não se torne ainda mais difícil.

Uma outra dúvida, se corremos o risco de seguir o caminho da Venezuela, Cortez respondeu que não, enquanto houver eleições livres.

Para Abraham Goldstein “o encontro que tivemos hoje nos ajuda a atentar para a complexidade do cenário da política brasileira e da posição do povo brasileiro em relação a ela. Falou-se de educação, uma das bases dos problemas que temos hoje. Não vamos resolver em um dia, pode levar décadas”.

“Não há solução mágica, essa é mensagem que eles nos deixam: não é ter um líder forte, uma liderança inconteste, é justamente não ter uma liderança inconteste e ter a habilidade de juntar forças para resolver os problemas que o país tem hoje”, concluiu Goldstein.

Ao final do evento, os palestrantes receberam livros das mãos da presidente da B’nai B’rith de São Paulo Zeila Sliozbergas e de Lena Barcesat.

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