Dois anos depois. 7 de outubro: a dor e o compromisso da memória

Dois anos depois. 7 de outubro: a dor e o compromisso da memória

Em 7 de outubro de 2023, o mundo testemunhou uma das páginas mais sombrias da história recente: o brutal ataque terrorista do Hamas contra civis israelenses, na fronteira com Gaza, acompanhado pelo lançamento de centenas de projéteis explosivos contra Israel.

Mulheres, crianças, idosos e jovens foram arrancados de suas casas, além dos que se divertiam num festival de dança e canto. Foram massacrados sem piedade, violentados, sequestrados. Foi um dia de dor indescritível, que ficará gravado na memória do povo judeu e da humanidade como símbolo da barbárie e da desumanidade. Ataque que foi amplamente gravado com alegria e glória dos membros terroristas, assim como da população palestina de Gaza que os recebeu com cantos e júbilo ao retornarem arrastando corpos já inertes, terem matado 1.200 pessoas e feito centenas de reféns.

A B’nai B’rith, organização judaica de deveres e direitos humanos fundada em 1843 e presente no Brasil desde 1933, não pode silenciar diante de tamanha atrocidade. Somos voz da memória, da justiça e da dignidade. A barbárie do Hamas não foi apenas contra Israel: foi um atentado contra os valores universais de civilização, de respeito à vida, de liberdade e de convivência entre os povos.

A frase não coloca condicionantes, pois, para o Judaísmo, a vida humana é o maior ativo que temos e, portanto, temos que protegê-la.

Aceitar um acordo que, apenas, se promete a devolução de 48 reféns — dos quais acreditamos que apenas cerca de 20 ainda estejam vivos, em condições físicas e morais desconhecidas — em troca de 2.000 prisioneiros vivos que praticaram delitos e mortes contra israelenses é oferecer uma retórica de vantagem aos atacantes, ao  terrorista Hamas e a seus apoiadores.

Após dois anos de guerra, com mais de 1.500 soldados jovens mortos, vidas ceifadas em seu potencial futuro, a dor se multiplica. Sem contar os feridos e mutilados, o sofrimento é profundo. E fato que, também, do lado dos Palestinos moradores em Gaza há muitos mortos, assim como há muita destruição.

Culpa exclusiva da determinação do Hamas em não devolver os reféns, como solicitado pelo Governo de Israel, em várias oportunidades.

Mas a justiça exige clareza: nenhuma entidade armada pode manter-se nas fronteiras do Estado de Israel. Pois o caso de 7/10 poderá se repetir. O Hamas precisa ser desmantelado e a Faixa de Gaza e a Cisjordânia precisam ser desarmadas.

Todos os meios devem ser aplicados para impedir o rearmamento e, sobretudo, implementar, junto à população Palestina, uma educação voltada à convivência respeitosa – e não ao ódio e à morte – desde a tenra infância.

Reverter uma educação de ódio e destruição praticada por décadas, além de uma política de compensação para a família do praticante de ação que resulte em morte de cidadãos israelenses, exige muito esforço de todos, muita dedicação, paciência e demonstração que mudar o comportamento atual é benéfico a todos.

O mundo civilizado e comprometido com a PAZ e o RESPEITO entre TODOS precisa engajar-se, de forma contínua, neste hercúleo esforço.

E um momento novamente muito difícil, mas estamos comprometidos a, sem dúvida, superá-lo. Continuaremos a praticar o nosso Judaísmo com dignidade e fé, tanto na terra de nossos ancestrais, a Terra de Israel, como em todos os cantos do mundo conhecido.

Hoje, mais do que nunca, renovamos nossa missão de lutar contra o ódio, o extremismo, o terrorismo, a discriminação, o antissemitismo e ao antissionismo.

Ao mesmo tempo, reafirmamos a esperança de um mundo em que as diferenças sejam pontes e não muros, em que a paz não seja apenas um sonho distante, mas um direito real para todos.

E nós, como B’nai B’rith do Brasil, reafirmamos: não esqueceremos, não nos calaremos e agiremos para que a barbárie não se imponha sobre a humanidade.

Shalom,
B’nai B’rith do Brasil

Dois anos depois. 7 de outubro: a dor e o compromisso da memória