DISCURSO SESSÃO SOLENE
Prezadas autoridades presentes, senhoras e senhores, que compõe está importante mesa, sobreviventes, combatentes da Força Expedicionária Brasileira, alunos e amigos, Boa noite!
Há muitos anos a B’nai B’rith tem a honra de promover este evento em parceria com a Câmara Municipal de São Paulo, Sherit Hapleitá, Unibes, nosso nobre Secretário do Verde e do Meio Ambiente, Gilberto Natalini e a partir desta solenidade o nobre vereador Caio Miranda.
Gostaria de sublinhar a sensibilidade do nobre vereador, realçando seu caráter humanista e preocupação com a preservação da memória dos Heróis e Mártires da Segunda Guerra Mundial, que pereceram e principalmente a dos sobreviventes.
Segundo o artigo de Nicolas Valencia, no Arch Daily, “no 17 de janeiro de 1945 ante a evidência de sua sistemática matança, os nazistas decidiram explodir parte da infraestrutura construída, alguns crematórios, porões e câmaras de gás, para tentar esquecer a existência dessa fábrica de cadáveres.
Piotr Cywinski, historiador e diretor do Museu Estatal Auschwitz-Birkenau, reforça como objetivo de sua curadoria, assumida em 2007, conservar a autenticidade, como uma resistência a ameaças de grupos neonazistas, de constantes reinterpretações de Hollywood e também do próprio envelhecimento das instalações.
Segundo Cywinski, o importante é proibir o esquecimento, preservando na memória os erros do passado, não somente no nosso presente, mas também para as gerações futuras, carentes de memórias de uma guerra, que só veem em filmes ou livros. Tendo como pano de fundo uma Europa, que apresenta uma nova onda de islamofobia e xenofobia.
Com o passar dos anos a negação do Holocausto mudou de foco, passando dos revisionistas da década de 70, pela Sociedade do Crescente Vermelho palestino em 90, obras de David Irving em 94, para o campus universitário, infestados pelo vírus do ódio.
Na era de Internet o antissemitismo e a negação do Holocausto estão sendo transmitidos globalmente.
A B’nai Brith se posiciona duramente diante da transmissão e reverberação do ódio na Internet.
Assim como diante de decisões da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, UNESCO, ocorrida no último dia 02 de maio, com a votação de 21 países a favor, inclusive o Brasil, na tentativa de negar e obstruir laços judaicos, históricos e contemporâneos com os mais sagrados locais do povo judeu, e soberania de Israel sobre parte Ocidental de Jerusalém, da cidade velha, incluindo o Monte do Templo.
Aqui no Brasil, a B’nai B’rith há 85 anos se posiciona contra ações que ferem seus princípios e objetivos, promovendo atividades direcionadas a manutenção dos valores da justiça social, da democracia, da abertura para as diversidades, religiosa, política e de visão de mundo.
Neste sentido, a B’nai B’rith vem atuando fortemente na área da Educação, com projetos, como as Jornadas pelo Ensino da História do Holocausto em Defesa da Democracia e Cidadania, que há 15 anos vem trabalhando com professores e educadores das escolas municipais.
Também com o Projeto Pedagógico pelo Teatro para jovens e educadores, com a peça “Mergulho”, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e Companhia Gesto de Teatro
Assim como o Projeto Famílias-escola através de doação de livros Infantis para Centros de Educação Infantil e Pré-Escola.
Acreditamos, que educar as novas gerações é o caminho para prevenção do preconceito, da discriminação, da Intolerância religiosa e o antissemitismo
Este é o nobre trabalho dos sobreviventes do Holocausto, ministrando palestras nas escolas e universidades, escrevendo livros, dando o seu testemunho, objetivando a preservação desta memória.
Despertando em alunos e professores o desejo de se comprometerem e continuar difundindo estes relatos e acontecimentos.
Assim se reforça a corrente. A corrente contra um mundo escravizado pelo racismo, preconceito racial e sexual, violência política e ideológica.
Nesta solenidade homenageamos através da Recordação dos Heróis e Mártires da Segunda Guerra Mundial, a ação heroica da FEB e a tenacidade dos sobreviventes.
Nossos heróis de todas as forças armadas brasileiras e sobreviventes judeus e das minorias perseguidas na Segunda Guerra Mundial, são testemunhas da fase nefasta ocorrida na história de humanidade.
Recordar é viver.
“Manter a memória acesa depende de usá-la sempre, segundo o neurologista Paulo Bertolucci, repetir, recontar, recordar não é só viver, é viver com dignidade, recuperar a humanidade.
Assim, mais uma vez estamos juntos nesta Sessão Solene, assumido o compromisso de continuar a lutar contra o esquecimento de uma marca negra na história de humanidade, a destruição de um terço do nosso povo e de outras minorias, transmitindo às novas gerações um alerta, uma luz vermelha, de maneira que haja o engajamento vigoroso, o esforço de cada um de nós para a preservação da vida, da sociedade, da cultura.
Querido Secretário do Verde de do Meio Ambiente, Gilberto Natalini, e agora caro amigo, vereador Caio Miranda, contem conosco!