Datas importantes do Calendário Judaico em Janeiro

Tu B’Shvat:

25 de Janeiro de 2016 – 15 de Shevat 5776

Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto:

27 de Janeiro de 2016 -17 de Shevat 5776
São as duas as datas importantes que marcam o Calendário Judaico em janeiro e como tal devem ser lembradas.

A primeira, a festa das arvores e frutas, dia de plantio de novos frutos em Israel. País símbolo mundial de bons tratos à terra e de resultados significativos na agricultura e no cultivo de frutas e flores, os quais exporta especialmente para a Europa. Sucesso derivado da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias como, por exemplo, gotejamento e dessalinização das águas do mar. Estas conquistas são admiradas, e muitos países aprendem com as lições deste pequeno país, ao beneficiar sua população com os melhores estudos sobre como tornar pródiga a terra árida.

O Ano Novo das Árvores tem uma vasta simbologia. Mesmo sob o inverno rigoroso, castigada pela neve, a árvore continua a crescer. Isto é, por baixo da neve, as raízes se expandem. Dizem nossos sábios que o homem é como a árvore. Está sempre em crescimento, quando diminui o crescimento físico, aumenta o espiritual. Assim, a época de Tu B’Shvat é também época de reflexão e amadurecimento.

O outro evento importante, em 27 de Janeiro, designado pela Assembléia das Nações Unidas é o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, ou Shoah.

Faz-me lembrar um personagem de nossa história: “Viktor Frankl” – (1905-1997), o pai da logoterapia, “cura através do sentido”. Psicólogo, psiquiatra e filosofo, criou a terceira escola de psicologia, pós Adler (poder) e Freud (prazer). Teoria que o ajudou a salvar vidas nos campos de extermínio, pois se sentia como se estivesse em uma universidade.

Passou treze anos nos campos de extermínio de Dachau e Auschwitz. Sobreviveu, um entre milhares, somente poucos tiveram esta sorte.

O próprio Viktor Frankl nos diz não ter se dedicado a descrever os horrores dos campos de concentração, pois outros autores já o fizeram. Tem por objetivo descrever o comportamento da mente humana em um cenário de restrição total, onde seres humanos eram tratados pior que animais; e ele mesmo, se viu diversas vezes reduzido aos limites entre o ser e o não ser.

Escreve o rabino Lorde Jonathan Sacks: ”A última ação de um homem é pela liberdade, a escolha do ser é o que lhe proporciona tomar atitudes de acordo com as circunstâncias. Fé é o que lhe dá vontade de continuar a viver”.

Frankl descobria: “não faz diferença o que nos separa da vida, mas sim o que a vida espera de nós.” Nos Campos, havia homens que perdiam a esperança, mas ele os confortava dando lhes fé, pela expectativa de vida, à sombra da ameaça da morte. “Em qualquer situação que nos encontramos, dando-nos força de sobreviver, a coragem de persistir da escuridão, é a esperança de dias melhores”.

E esta é a fé necessária diante das muitas dificuldades da vida e que nos proporciona querer viver. Que sejamos abençoados de continuar a nossa luta, mesmo com as humilhações, por vezes impostas ao nosso povo.

Viver em paz de espírito, para o dia do amanhã, é o nosso sonho.

Em Shalom,

Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai B’rith do Brasil