Chanuká, a Festa das Luzes, é mais do que um relato sobre resistência e um milagre que desafiou a lógica.
É uma celebração da memória, da fé e da identidade que atravessa milênios.
No século II a.E.C., sob o domínio do Império Selêucida, o rei Antíoco IV impôs um duro decreto sobre o povo judeu, proibindo o estudo da Torá, a observância do Shabat e outros preceitos religiosos.
O Templo Sagrado em Jerusalém foi profanado e símbolos pagãos tomaram o lugar das tradições judaicas.
Em meio a essa opressão, um pequeno grupo de judeus, liderado pelos Macabeus, rebelou-se contra o poderoso exército selêucida.
Movidos pela coragem e pela fé, conquistaram uma vitória improvável.
Ao retornarem ao Templo, encontraram-no destruído e o azeite puro para acender a Menorá / Candelabro de sete braços — símbolo da luz espiritual — havia sido quase todo contaminado.
Restava apenas uma pequena porção, suficiente para um único dia. No entanto, o milagre ocorreu: o óleo queimou por oito dias, tempo necessário para preparar mais azeite puro.
A luz voltou a brilhar, simbolizando a resistência e a renovação espiritual do povo judeu.
O grande milagre de Chanuká, porém, vai além do azeite. Ele está na capacidade do povo judeu de preservar sua identidade e suas tradições ao longo de mais de 3.000 anos, resistindo às adversidades mais sombrias.
Cada vela acesa em nossas chanukiot – um candelabro com nove braços, sendo um para cada um dos oito dias e um para a luz guia – representa não apenas um dia daquele milagre, mas também a força de nossa história, a fé inabalável, determinação e o compromisso com a eterna continuidade.
Em um mundo ainda marcado por conflitos e intolerância, essa festa traz uma mensagem universal: a luz pode prevalecer sobre a escuridão e a identidade de um povo determinado jamais pode ser apagada.
Que possamos renovar, a cada ano, o compromisso com nossos valores e continuar iluminando o mundo com a chama que nunca se apagou.
Feliz Chanuká – Chag Chanuká Sameach!
B´nai B´rith do Brasil
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