10 DE DEZEMBRO: DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Carta do “imortal” Marcos Vinicios Vilaça, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras – ABL, especial para a B´nai B´rith.

 

Aniversário
“No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto…” (Fernando Pessoa)

Toda vez que é lembrada a instituição humanista B´nai B’rith, a gente tem a sensação de que ninguém está morto. Sente-se o conformismo do homem com a vida, vale dizer com a dignidade do homem.

Notáveis brasileiros me fizeram prestar atenção ao judaísmo. Falo de Arnaldo Pinheiro, meu confrade tão querido e meu confrade na Academia Brasileira; falo de Moacir Scliar, igualmente meu companheiro da ABL; falo de Rachel de Queiroz e seu saboroso livro “Israel em Abril”; falo de uma notável figura humana, empresário de responsabilidade social, meu saudoso e inigualável Nani Kaufmann; falo da admirável Clarice Lispector, abrasileirada em anos vividos no Recife; falo de tanta gente inspiradora que seria ocioso citar. Falo também da sinagoga do Recife, a mais antiga do Brasil, que a gente aprendeu a respeitar.

Tudo isso é obra que celebra a vida. Ninguém tem nada de bom sem sofrer; os judeus sabem disso. A vida é a soma de tudo, da grandeza e da miséria. Um velho conterrâneo me advertiu que ninguém tem nada de bom sem sofrer. Vejamos assim e estejamos atentos aos princípios das paixões.

Os que vêm fazendo, penosamente, com inabalável determinação pela causa dos direitos humanos sabem disso e não esquecem. E quando é necessário deixar de lado como se comportam em relação aos ditadores, daqui ou de longe, de agora ou de tempos passados, fazem-no pela boa causa que anima a existência.

Admiro-os na sua porosidade, abertos ao diálogo constante; ouvindo e dizendo; ouvidos atentos a compreender que é com o contraponto que se forjam caráter e compromisso.

Daqui, saúdo a todos, que tudo isto seja infinito não só enquanto vivamos, mas que exista enquanto o mundo for mundo.

O pulsar dos dias vai lastrear o presente e consolidar o futuro pelas veias abertas da solidariedade.

É preciso querer para fazer. É preciso sofrer e sonhar. Ninguém se engana; sem sonho não há futuro!”

Foto divulgação: Wikipédia, a enciclopédia livre

Marcos Vinícios Vilaça

Advogado, escritor, ex-Ministro e presidente do TCU e por duas vezes presidente da Academia Brasileira de Letras – ABL.

Escreveu este texto especialmente para a B´nai B´rith do Brasil.

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