09-10 de Novembro de 1938 – Noites de Cristal

Uma data que marca hoje e sempre a História. Foi o inicio do doloroso expurgo, em uma noite fatídica para os judeus em especial da Alemanha e da Áustria, na qual sinagogas foram incendiadas, lojas destruídas e pais e avôs sequestrados de dentro de seus lares.

Na época foi apontado como um “levante popular”, uma retaliação ao assassinato de um diplomata alemão na embaixada em Paris, por um jovem judeu revoltado pela deportação de sua família da Alemanha.

Mas, olhando hoje, anos depois, percebe-se que foi planejado, com premeditação, à espera de uma “justificativa” que faltava ao governo Nazista para o início de uma perseguição, do plano de eliminação possivelmente de todos judeus até a quarta geração. Quer dizer, mesmo que fossem convertidos ou casados com não judeus, ninguém foi poupado.

Historiadores citam que teria sido orquestrada por Goebbels, demostrando que a “solução final” não deveria ser tão explicita, naquele momento, por ter gerado reclamações inclusive entre os ministros de Hitler.

Uma tragédia pelas sinagogas e centros comunitários que foram incendiados. Nas cidades menores foi mais violenta, pois a população aderiu e os moveis eram jogados pelas janelas como em Worms. Sei disto, pois os meus tios nos comunicaram.

Nossos familiares foram presos pela polícia secreta da Gestapo disfarçada de civis, a exemplo do que aconteceu com meu pai e meus tios.

Levados a centros comunitários e depois a campos de reclusão como Buchenwald, entre outros. Depois disto, que não foi pouco, a perseguição se alastrou aos países satélites, como Polônia, Tchecoslováquia, e durante a guerra à França e aos Bálcãs e a todos os lugares onde a Alemanha iniciara sua conquista e a devastação pela guerra.

Sou testemunha desta tragédia de humilhação, pois todos que conheço sofreram fisicamente e voltaram doentes de alguma forma. Não há o que se assemelhe a este martírio. Apenas poucos conseguiram escapar depois de meses, saindo por terem lutado pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial.

Realmente, muito poucos conseguiram escapar da ideologia nazifascista de uma “raça pura” da Alemanha de Adolf Hitler. E, nem ele mesmo era alemão e sim austríaco.

E, seis milhões de vitimas judias se espalharam pelo continente europeu. Graças à entrada dos Estados Unidos na guerra, a Alemanha foi derrotada. Uma destruição total, com muitas vítimas, não somente nossas, e com a ajuda também da Inglaterra, Rússia e mais tarde, França. Mais uma vez temos a agradecer à América pela ajuda, que lhe custou muitas vidas.

Nós temos somente um desejo: Am Israel Chai – Viva o povo de Israel – sobreviveu a mais este desastre histórico.

JAMAIS ESQUECER pelos entes queridos vitimas deste Holocausto.
E são muitas, famílias inteiras devastadas.

Ernesto Strauss – Diretor Cultural – B’nai B’rith do Brasil

Evento na ARI/RJ debate intolerância e neonazismo

Nota de Falecimento

Faleceu hoje de madrugada na Casa de Saúde Santa Lucia, em Botafogo, onde esteve internado por alguns dias, o estimado Dr. Miguel Grinspan, perto de completar 93 anos.  Nascido em 31/12/1924 em Santa Maria da Boca do Monte-RS, deixa esposa, filhos e netos, e muitos amigos.
Diplomado em Direito, membro da B’nai B’rith, foi Conselheiro da FIERJ em diversas gestões, juntamente com sua esposa Da. Suzana Grinspan, ambos sempre entre os mais votados. Atualmente era Vice-Presidente do Memorial Judaico de Vassouras, e o mais antigo Veterano do Batalhão de Guardas, tradicional unidade de elite sediada na Av Pedro II em São Cristóvão, o Batalhão do Imperador.

Veja também

Comunicado da B’nai B’rith Brasil em relação ao ataque do Irã contra Israel

A B’nai B’rith do Brasil condena o ataque indiscriminado lançado contra o Estado de Israel …