Tisha B’Av e a Fraternidade

TISHA B’AV – “TAANIT YOM – DIA DE JEJUM”

9/Av – 13/08 – Erev, 10/Av – 14/08/2016

“Ergueu-se toda a Congregação a sua voz: e o povo chorou naquela noite”

The-Night-Spectacular-The-destruction-of-the-2nd-Temple-CREDIT-Amit-Geronsmall

Lembramos dias tristes da nossa historia. No ano de 586 A.C., após três semanas de sitio – de 17 de Tamuz  a 9 de Av, os babilônios  sob a regência de Nabucodonosor,  obtêm a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém, e os judeus são expulsos e levados como escravos para a Babilônia.

Também em 9 de Av, no ano 70 D. C. os romanos destroem o Segundo Templo e tem lugar a Diáspora. Nesta data e no mês de Av se sucedem acontecimentos trágicos para o povo  judeu em diversos séculos. Ainda em Israel,  nos anos 135 ocorre a fracassada Revolta de Bar Kokhba, com luto pela perda de vidas.

Em 1290, os ingleses expulsaram os judeus. Os reis Fernando e Isabel  da Espanha decretam a  expulsão dos judeus, em  1492.  Mais ainda, na Alemanha, em 1938, o regime nazifascista deu inicio ao programa de eliminação dos judeus nos campos de concentração de nefasta memória – a Shoá.  Seis milhões de judeus foram  vitimas, na Alemanha e satélites vizinhos.

Por tudo isso, de 17 de Tamuz a 9 de Av  são três semanas de profunda tristeza.  Em 9 de Av  há um jejum de 24 horas, similar ao de Yom Kipur,  e nas sinagogas rezamos  “Eikha” o livro das lamentações do Profeta Jeremias. Quando esta data cai no Shabat, dia de alegria, o jejum começa apenas ao fim do Shabat, ao por do sol e passa para o dia seguinte, que neste caso é domingo 14 de agosto, é o que está acontecendo neste ano. Há uma série de alterações, inclusive nas rezas de Shabat e não fazemos a havdalá, pois a partir do por do sol, inicia-se o jejum e a tristeza torna-se ainda maior.

Como se vê nem sempre temos  motivos para nos alegrar.

Foi publicado em Israel o décimo volume da “Enciclopédia do Judaísmo” pela editora Fundação Posen, que tem como tese o “Judaism as a Culture” em hebraico com tradução para o inglês. A enciclopédia afirma que hoje a maior parte dos judeus  são seculares e, por isso, tem como objetivo lhes passar os ensinamentos baseados no Pirkei Avot –  Ética dos Pais, um verdadeiro modelo de  comportamento ético. Menciona também a sabedoria celebrada em prosa e verso por Martin Buber, com os Midrashim. É vasto o leque dos nossos ensinamentos, praticas e costumes. Analisando o amplo material chegamos à conclusão que a nossa B’nai B’rith se enquadra perfeitamente nesta mentalidade de que cada judeu  é responsável pelo outro, por seu irmão, como em nossa fraternidade, embasada nos princípios culturais do judaísmo.

Unimo-nos aos sentimentos pela perda de  ELIE WIESEL Z’L, sobrevivente que o mundo lamenta pelo muito que contribuiu para: “Esquecer jamais!”

Em Shalom,

Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai B’rith do Brasil

 

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