23 de março de 2016 -13 de Adar II 5776
Jejum de Ester – Véspera de Purim
24/25 de Março 2016 -14/15 de Adar II 5776
Purim – Shushan Purim
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Adar é um mês peculiar do calendário judaico, sendo por vezes o 12º. e por vezes o 13º do ano. Em um ciclo de 19 anos, se repete com Adar I (30 dias) e Adar II (29 dias) encerrando nosso calendário, nos anos 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º.
Isto acontece porque o calendário judaico é lunissolar, os meses tem início na Lua Nova e os anos seguem as estações e o Sol, e com isto há uma adaptação ao chamado calendário civil, ou “universal”.
Em 13 de Adar I (23 de Fevereiro de 2016) comemoramos Purim Catan, ou Pequeno Purim, e no dia seguinte, Shushan Purim Catan.
Agora, em Adar II, conhecido como Adar Beit ou Sheni (Dois ou Segundo, em hebraico), comemoramos Purim, de acordo com nossos sábios, para ficar mais perto de Pessach, que representa o início do novo calendário.
Purim significa sorte e Adar, vem da mesma raiz de Adir, força, ou seja, período de forte sorte, pois a sorte do povo judeu mudou drasticamente e não sucumbimos ao extermínio programado pelo malvado primeiro-ministro da Pérsia, Haman, descontente com a proximidade de Mordechai com o rei Achashverosh, para quem lia todas as noites.
Mordechai, tio da rainha Ester, ouviu dos guardas do palácio que planejavam matá-lo e o salvou. E este, em gratidão, fez seu primeiro- ministro Haman levá-lo pela cidade de Shushan a cavalo. O que provocou ainda mais a ira de Haman, inimigo de nosso povo. Assim, o primeiro-ministro determinou o dia de 15 de Adar para o extermínio dos judeus.
Coube, então, à rainha Ester revelar ao rei que era judia e o destino que Haman reservara ao seu povo, e ele foi condenado à forca. Mas, antes disto, a corajosa Ester decretou jejum de três dias para purificar e unir o povo judeu. E assim hoje, podemos lembrar e celebrar com alegria e ler a Megilá de Ester.
Aqueles e outros episódios marcaram a Pérsia da época, e se pensarmos bem, se reflete em tantas datas de perseguições injustificadas ao povo judeu.
Comparando os acontecimentos com os dias atuais, percebemos que nosso povo continua sendo difamado. Israel, nosso baluarte, onde os judeus perseguidos podem viver em segurança, vê seus cidadãos sendo assassinados a facadas, muitas vezes por jovens, sem que o mundo seja capaz de condenar o terror.
Isto, em um Oriente Médio repleto de lutas fratricidas, de ódio e fanatismo religioso, sem o mais ínfimo respeito aos Direitos Humanos, como mostram diariamente as notícias dos jornais. Sem falar no crescente antissemitismo na Europa.
O nosso profundo respeito pela vida e pela paz é ignorado neste estranho mundo. Por que não podemos viver em paz e com produtividade e não destruição e mortes diárias? Vamos em frente com o exemplo e as atividades de nossa B’nai Brith em sua ação pela Justiça Social, Diálogo e Fraternidade, neste mundo conturbado.
Em Shalom,
Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai B’rith do Brasil
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