Itália julgará esquadrilha de Mussolini que bombardeou Barcelona

Após 75 anos, 21 aviadores fascistas foram denunciados por crimes de guerra por duas vítimas dos bombardeios aéreos italianos à cidade de Barcelona durante a Guerra Civil espanhola e a associação de italianos residentes na capital catalã, Altraitalia.

A denúncia se concentra nos bombardeios de 1937 e 1938, especialmente nos 12 ataques selvagens da aviação de Mussolini à cidade em 41 horas, de 16 a 18 de março de 1938, e fez história ao ser admitida pela Audiência Provincial de Barcelona, que em sua ata determina instruir e julgar a chefia das esquadrilhas responsáveis.

O advogado e membro da Altraitalia Newton Bozzi, junto com Jaume Asens, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos do Colégio de Advogados de Barcelona, apresentou a denúncia. “Mas, como estabelece a ata da audiência, que menciona casos notáveis de longevidade, como certamente os das duas vítimas queixosas, não podemos descartar que reste alguém vivo da lista.”

A denúncia se concentra no fato de que os aviadores italianos bombardearam de maneira premeditada e impiedosa a população civil e – isto é fundamental – sem uma declaração de guerra entre Itália e Espanha. A ordem para os ataques, segundo anotou em seu diário o ministro das Relações Exteriores e genro do Duce, Galeazzo Ciano, foi dada pessoalmente por Mussolini. Foram utilizadas cerca de 50 toneladas de bombas, que deixaram no mínimo 670 mortos e 1.200 feridos.

Os denunciantes afirmam que não se trata de um ato meramente simbólico. “Levá-los à justiça? E por que não?”, exclama Marcello Belloti, do grupo Memória Histórica da associação Altraitalia, que levantou a bandeira do caso e ainda guarda rancor de Mussolini.

Belotti salienta que aviadores eram “militares muito especializados, muito conscientes e orgulhosos do que faziam, gente muito ideologizada, que, do céu, decidia sobre a vida e a morte e nunca expressou remorsos”.

Um dos pilotos, tenentes na Espanha e depois generais Paolo Moci inclusive justificava o bombardeio de Guernica, do qual participou à frente de uma patrulha. A Aviação Legionária tinha 6.000 combatentes com cerca de 800 aparelhos.

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