Eleições na Europa, ataque no Museu Judaico: duro recado para os judeus

Eleições na Europa, ataque no Museu Judaico: duro recado para os judeus

O recente ataque em frente ao Museu Judaico da Bélgica deixou patente mais uma vez o que já sabemos: o crescimento da xenofobia na Europa.

No entanto, o mais preocupante é o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, nas quais o partido neonazista grego Amanhecer Dourado conquistou lugar, junto com os negadores do Holocausto da Polônia. A ascensão da direita era prevista, mas foi tão gritante, que causou ondas de choque, a ponto do primeiro-ministro francês, Manuel Valls,  afirmar: “É um terremoto”.

Descontentes com a política econômica impingida pela burocracia arrogante da própria União Europeia, os eleitores não deram seu apoio aos partidos tradicionais, cujas coalizões governam os mais importantes países europeus, votando na extrema direita ou esquerda e infelizmente, os extremos se unem no que se refere aos judeus e à Israel.

Há 70 anos, Hitler se valeu da crise econômica da Alemanha para disseminar sua ideologia de ódio aos judeus. Conhecemos bem onde este caminho vai dar. Além disso, muitos votos foram motivados pelo temor de uma islamização da Europa, ameaçando os valores e conquistas da civilização ocidental.

Porém, a xenofobia leva de “roldão” também os judeus, mesmo que estejam no continente há quase 2.000 anos, como os judeus de Roma, o que não os impediu de serem perseguidos pelo nazi-fascismo.

Para quem se pergunta por que os judeus não se cansam de falar sobre o Holocausto, basta ler o jornal para obter a resposta. Agora, o até o momento inexpressivo partido polonês de Janusz Korwin-Mikke, para quem “há pouca evidência de que Hitler sabia do Holocausto” estará junto com o de extrema direita de Marine Le Pen, o grande vencedor pela França, com 26% dos votos.

Um novo desenho político que certamente demandará redobrados esforços das lideranças judaicas.

Lia Bergmann


Conib condena atentado na Bélgica e alerta para avanço do ódio na Europa

A Confederação Israelita do Brasil, representante da comunidade judaica brasileira, condena da forma mais veemente o atentado que assassinou ao menos quatro pessoas em Bruxelas, no ataque contra o Museu Judaico. “É inadmissível testemunhar um crime dessa natureza e dessa gravidade numa capital europeia, em pleno século 21”, afirmou Claudio Lottenberg, presidente da Conib.

O cenário político europeu assiste a um avanço das forças políticas de extrema direita e também de grupos identificados com a xenofobia e o antissemitismo.

“A Europa, que há cerca de 70 anos viveu os horrores do nazismo, não pode permitir que a barbárie e a intolerância voltem a contaminar o continente”, prosseguiu Lottenberg. “E ficamos muito preocupados, por exemplo, ao saber que a Justiça suíça definiu não ser crime fazer a saudação nazista em público, se ela não tiver como objetivo divulgar a ideologia hitlerista. Ora, como e quem vai definir a intenção de alguém que brada ´Heil, Hitler´?”

Para Lottenberg, o momento é de “tolerância zero” com o racismo e a xenofobia. “A humanidade e, em particular os judeus, já pagaram um preço muito elevado imposto por essas chagas”, concluiu.

O atentado deste sábado ao Museu Judaico de Bruxelas, que deixou três mortos e um ferido na capital belga provocou comoção entre a comunidade judaica do país — às vésperas de eleições locais e continentais — e entre líderes de países europeus e de Israel.


Nota De Repúdio

Quero expressar meu veemente repúdio diante de dois atentados vis ocorridos neste fim de semana na Europa. O assassinato de quatro pessoas no museu judaico de Bruxelas, sendo um casal israelense e uma voluntária e um jovem de 24 anos e o ataque a dois irmãos nos arredores de Paris, ao lado de uma sinagoga.

Estes atos violentos mostram como a Europa se torna cada vez mais um, barril de intolerância e como nós devemos elevar nosso tom de denúncia contra esta irracionalidade.

Até onde deixaremos isto ir? Onde será o nosso basta?

Os tempos clamam por uma ação mais efetiva de todos contra o antissemitismo que está tão ascendente. As autoridades devem ser um pouco mais proativas no sentido de prevenir que atos semelhantes aconteçam.

O fanatismo já mostrou antigamente onde pode chegar. Não podemos deixar que a indiferença leve a consequências impensáveis. Hoje, fica aqui minha revolta por tanta violência, meu pesar pelas vítimas inocentes e meus votos de restabelecimento para os feridos. Mas, antes de tudo, fica aqui, minha voz de denúncia, de alerta, para que atos abjetos como estes dois de Bruxelas e de Paris não se tornem simples banalidades e sejam sim, denunciados e repudiados tal como são:  atentados ANTISSEMITAS CONTRA A VIDA DE INOCENTES.

Floriano Pesaro – Sociólogo e Vereador

 

Papa Francisco no Oriente Médio: “façam ouvir suas vozes contra o terror”

Entre as declarações do Papa Francisco em sua visita ao Oriente Médio destaca-se uma. “Eu apelo a todas as religiões e lideres espirituais de nosso tempo: Façam ouvir as suas vozes em uma clara mensagem, estejam firmes como uma rocha contra toda afronta a todas as religiões, contra o terror.”

Sem duvida um acontecimento de reflexos mundiais, esta visita do Papa Francisco. Seja à Jordânia, à Autoridade Palestina e a Israel, onde em um gesto especial fez questão de ir até o túmulo do grande líder idealizador do moderno Estado Israel – Theodor Herzl -, e de rezar no Yad Vashem, memorial às vítimas e centro internacional de estudos sobre o Holocausto, além do Muro das Lamentações.

Em seus pronunciamentos pediu o fim do abastecimento de armas à Síria, diálogo entre israelenses e palestinos e a tão almejada paz. Uma viagem religiosa, profundamente política, de forma solidária, humana. O grande líder mundial do cristianismo tem o reconhecimento geral, é cada vez mais querido por todos.

É uma benção poder contar com tal personalidade neste mundo contemporâneo. Que haja paz entre os homens e que seu discurso traga reflexão e se faça sentir pelas grandes soluções dos problemas que afligem o mundo dos homens.

 

Hoje celebramos Yom Yerushalaim

Jerusalém- A MINHA ALEGRIA- SE EU ESUECER DE TI Ó JERUSALÉM ESQUEÇA-SE MINHA MÃO DESTRA A SUA DESTREZA. SE EU NÃO PREFERIR, JERUSÁLEM A MINHA ALEGRIA. – SALMO 132-1-6.

Jerusalém fascina a todos, judeus ou não. Lá estive três vezes, e recomendo visitá-la.

É o centro mundial do monoteísmo, onde se encontram representantes das três religiões, e há uma administração exemplar por parte de Israel. Centro convergente durante séculos, sempre buscou o caminho da tolerância e da paz.

“JERUSALEM HABITARÁ EM PAZ-Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que cumprirei a palavra que farei a casa de Israel, e a casa de Judá. Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi um ramo novo de justiça e ele fará juízo e justiça na terra. Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará em segurança; e é este o nome que lhe chamarão: O SENHOR É NOSSA JUSTIÇA” Jeremias 33:14-16

Sentado no jardim no banco de Jamin Moshé e olhando para o moinho de vento de Montefiori se deslumbra uma bela paisagem. Com vista para os Hotéis, como o King Davi e ao longe as muralhas da Cidade Velha com seus portões deslumbrantes. Jamais esquecerei esta visão. É uma cidade de muitos recantos históricos, repleta de vida religiosa.

Há muito a ver entre o antigo e o novo.

A Eterna capital do Estado de Israel marca o centro dos sonhos, da oração e da esperança. Para quem já foi, fica uma lembrança empolgante e nunca se completa do muito a ver, interminável. Fica a Eterna saudade de sua riqueza espiritual para todas as religiões.

Em Shalom

Ernesto Strauss – Diretor Cultural da B’nai Brith Brasil

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