Donald Trump é exemplo para radicais de direita na Áustria

Lucas, 16, com uma jaqueta esfarrapada do AC/DC. Klaus, 17, de moletom azul. Dominik, 21, de terno e gravata. São alguns dos rostos de uma campanha do Movimento Identitário Austríaco. Essa agremiação de jovens contrários à migração, que se dizem “hipsters de direita”, quer dizer aos eleitores silenciosos que não há razão para envergonhar-se de seu voto. Com orgulho, eles se entusiasmam com a candidatura de Norbert Hofer, que pode ser eleito o presidente da Áustria em 4 de dezembro. Caso vença o pleito, Hofer será o primeiro chefe de Estado de extrema-direita da União Europeia, inaugurando uma já antecipada tendência neste continente. Hofer concorre pelo FPO (Partido da Liberdade da Áustria). Após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, analistas preveem avanços da direita na França e na Alemanha nos próximos meses. Ao estampar sua campanha com o rosto e a idade de militantes, os “hipsters de direita” pregam aos eleitores silenciosos — que não declaram o voto às pesquisas. “As pessoas não querem dizer o que pensam”, afirma o estudante de engenharia Thomas Sellner, 25, um dos líderes regionais do grupo. “Queremos que elas saibam que é normal ser patriota”. O Movimento Identitário, criado em 2012 na Áustria, tem hoje cerca de 300 membros fixos e mobiliza centenas durante manifestações.
No ano passado, eles foram ao leste do país e fizeram um muro de 20 metros como protesto à entrada de migrantes. Na mesma linha, a Áustria endureceu o controle de fronteiras e, com isso, cortou uma rota de entrada de refugiados.
Diogo Bercito – Folha de S.Paulo

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