A democracia é o melhor instrumento para impedir a tirania e tragédias como o Holocausto, afirma Dilma

Presidente Dilma Roussef f acende vela em memória das vítimas do Holocausto acompanhada de Eduardo Tess, filho de Aracy Guimarães Rosa e de Marcos de Souza Dantas, sobrinho neto de Luiz Martins de Souza Dantas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

 Em solenidade alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, nesta quarta-feira (30), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o melhor instrumento para impedir a tirania e tragédias como o Holocausto é a democracia. Dilma também disse que não se pode esquecer momentos difíceis da história brasileira como os 300 anos de escravidão e os anos de ditadura.

 “O Holocausto é necessariamente para nós brasileiros algo que tem que ser objeto da memória e da verdade (…) Nós somos capazes como nação, de construir uma grande riqueza que é nos desenvolver tendo um profundo respeito pelos direitos humanos na construção da democracia. Isso não significa que nós podemos deixar de avaliar, de conhecer, de estudar as mais dolorosas lições da história humana. Pelo contrário, é sobretudo por isso mesmo e para que nós nunca esqueçamos, é que é necessário lembrar, repetir, sistematicamente, para impedir que isso se repita”, afirmou.

 

A presidente Dilma Rousseff disse também que “negar o holocausto é repeti-lo”. “Devemos sempre lembrar que o holocausto também se repete quando é negado ele mesmo, quando é relativizado ou quando se tenta suavizar sua narrativa”.

Além da presidente Dilma, vários ministros e líderes políticos participaram da cerimônia em memória às vítimas do holocausto, evento organizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib).

O evento prestou homenageou o embaixador brasileiro na França, Souza Dantas, e Aracy Guimarães Rosa, funcionária do consulado em Hamburgo, que salvaram milhares de judeus ao emitir vistos para que pudessem vir para o Brasil.

O dia 27 de janeiro foi escolhido pela Assembleia Geral da ONU para a homenagem e faz alusão à libertação pelas tropas soviéticas do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia.

Segundo Dilma, Dantas e Aracy tiveram coragem de enfrentar a tirania, diante da guerra, da morte, do extermínio. Para a presidente, eles foram capazes de se levantar e proclamar a legalidade da condição humana, mesmo enfrentando riscos ao emitir os passaportes que salvaram a vida de judeus nas décadas de 1930 e 1940. “Há sempre esperança, por causa da capacidade de coragem diante de tanta barbárie. Honraram o Brasil e dignificaram a humanidade”, completou.

“Sabemos que a verdade e a memória são uma arma contra a repetição da barbárie, por isso muito me orgulho de ter sido no meu governo que nós criamos a Comissão da Verdade”, disse.

Para a presidente, o Brasil tem uma “terrível mancha na história”, que foram os 300 anos de escravidão de negros, mas destacou que atualmente várias etnias convivem no país.

“Felizmente, para nós o Brasil se transformou num país democrático. No nosso país vivem pessoas originárias de diferentes culturas, etnias. Somos formados por imigrantes, temos várias origens. E aqui convivem em harmonia todos os povos, mesmo aqueles que de forma recente, como judeus e árabes, vivem relações atritadas em outras partes do mundo”, afirmou Dilma.

O embaixador de Israel, Rafael Eldad afirmou que o Holocausto foi o “maior crime da história da humanidade” e defendeu o “estado forte de Israel”. “O estado forte de Israel é a melhor garantia de que atrocidades como esta não voltem a acontecer”, disse durante discurso. “O Holocausto deve sempre nos lembrar o que um regime extremo, baseado no ódio ao próximo, pode causar”, afirmou Eldad.

Abraham Goldstein, presidente da B’nai B’rith no Brasil esteve presente à solenidade.

 

 

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